quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Versões antigas da Bíblia

Depois de algum tempo sem postar nada estou de volta (ausência bem justificada, afinal, minha filha nasceu)
Há algumas semanas dei uma palestra sobre versões antigas da Bíblia; aproveito então o embalo para postar aqui algumas considerações sobre o assunto. Começaremos falando dos Targumim.
Targumin, plural de Targum, é o nome dado às versões aramaicas das Escrituras judaicas (o Antigo Testamento para nós cristãos). A partir da época do exílio na Babilônia (séc. IV a.C.), o aramaico começou a substituir o hebraico como língua falada pelos judeus. Tendo em vista tal situação, foi surgindo gradualmente a necessidade de se dispor das Escrituras judaicas em aramaico. Os primeiros Targumim eram versões orais e se tratavam mais de paráfrases do texto sagrado do que traduções propriamente ditas e eram utilizadas nas sinagogas. Com o passar do tempo, os Targumim, conservando o caráter de paráfrase, passaram a figurar também por escrito e a ser utilizados fora das sinagogas. A existência de Targumim na época de Jesus é bem atestada. Eu diria, inclusive, que, possivelmente, Jesus utilizava-se de Targumin quando citava as Escrituras, visto que, se o fizesse em hebraico, ninguém o entenderia, a não ser os sacerdotes, pois o hebraico já não era mais falado na sua época
Sabe-se hoje que existiram Targumim do Pentateuco, dos Profetas e dos Escritos. Há três versões principais dos Targumim, o Ônkelos (usado na Babilônia), o de Jônatas (Jerusalém) e o Yerûshalmî (Galiléia).

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Notícias da Université Laval

Passei o mês de julho e parte do mês de agosto em Québec, dando um gás, como se diz por aí, no meu doutorado. Conversei bastante com meu orientador, coloquei as referências bibliográficas em dia passando horas e horas entre as prateleiras da biblioteca... aliás, é bom citar, a biblioteca da Université Laval é uma das melhores do mundo nessa área.
Também tive a oportunidade de me atualizar a respeito das pesquisas de meus amigos e colegas; apesar do período de férias, consegui encontrar o Steve, o Eric e o Tuomas.
E foram só boas notícias.
O Eric está trabalhando duro na concordância dos Livros de Ieu; o Steve está nos momentos finais de redação de sua tese sobre a blasfêmia do arconte no texto conhecido como A Hipóstase dos Arcontes.
Mas o melhor mesmo foi saber que o Tuomas Rasimus, além de ter sido aprovado para o pós-doutorado, vai ter em breve sua tese de doutorado publicada pela editora E.J. Brill. O nome do livro será o mesmo da tese: Paradise reconsidered : a study of the Ophite myth and ritual and their relationship to Sethianism