Pouco mais de uma semana depois do anúncio de Karen King no X Congresso Internacional de Estudos Coptas, as reações de estudiosos dos mais diversos campos de estudo do cristianismo primitivo quanto à autenticidade do suposto fragmento continuam a se multiplicar.
As primeiras reações negativas quanto à autenticidade do fragmento foram informais, ainda nos corredores do Instituto Patrístico Augustinianum, e podem ser conhecidas no nosso post da semana passada.
Alguns dias depois, ainda durante o Congresso Copta, alguns estudiosos manifestaram suas dúvidas em relação ao caráter autêntico do fragmento em entrevistas a agências de notícias internacionais; o professor Francis Watson publicou na internet um curto artigo apontando evidências de falsificação moderna. Tanto as reações de alguns estudiosos via agências de notícias quanto o artigo de Francis Watson podem ser conhecidos por meio do nosso post do dia 21 de setembro.
Desde então, outros estudiosos se manifestarem, todos eles duvidam da autenticidade do fragmento e argumentam que se trata provavelmente de uma falsificação moderna. Ontem, Gesine Robinson enviou um e-mail a vários estudiosos com alguns comentários e evidências que poderiam demonstrar que se trata, de fato, de uma falsificação; o e-mail me foi encaminhado pelo meu co-orientador, Paul-Hubert Poirier. Além de fornecer 10 evidências que apontam para uma fraude, Gesine Robinson ainda lamenta profundamente a "nova tendência" adotada por alguns estudiosos em guardar segredo sobre a descoberta de novos manuscritos antigos, ao invés de procurar a ajuda da comunidade acadêmica para decifrar, datar e publicar o documento. Vale lembrar que o anúncio de King no Congresso Copta, coincidiu com a publicação de uma matéria no NY Times; ou seja, ela preferiu os holofotes da mídia de massa para anunciar a descoberta, ao parecer de estudiosos propriamente ditos. Algo semelhante aconteceu no caso do Evangelho de Judas, cujo conteúdo ficou restrito a alguns estudiosos contratados pela National Geographic até a publicação do texto, que foi lançado por meio de um documentário sensacionalista.
Hoje, foi a vez de Alin Suciu e Hugo Lundhaug publicarem um texto no site do próprio Alin com mais questionamentos sobre a autenticidade do fragmento. O texto é muito bem explicado e, creio eu, pode ser entendido por qualquer um que consiga ler inglês. Ele pode ser visualizado aqui.
Hoje, foi a vez de Alin Suciu e Hugo Lundhaug publicarem um texto no site do próprio Alin com mais questionamentos sobre a autenticidade do fragmento. O texto é muito bem explicado e, creio eu, pode ser entendido por qualquer um que consiga ler inglês. Ele pode ser visualizado aqui.
As evidências de falsificação continuam se multiplicando.
A notícia mais "fresquinha" sobre essa questão diz que a Harvard Theological Review decidiu barrar a publicação do conteúdo do fragmento, devido, exatamente, às dúvidas levantadas pela comunidade acadêmica quanto a sua autenticidade. Quem deu a notícia foi Greg Evans.
A notícia mais "fresquinha" sobre essa questão diz que a Harvard Theological Review decidiu barrar a publicação do conteúdo do fragmento, devido, exatamente, às dúvidas levantadas pela comunidade acadêmica quanto a sua autenticidade. Quem deu a notícia foi Greg Evans.