
A gente encontra cada bobagem na internet...
Parece que virou moda, principalmente depois do Código da Vinci, dizer que o Vaticano esconde manuscritos “apócrifos” antigos que revelariam a verdade sobre Jesus e que, consequentemente, acabariam com o domínio da Igreja. Já perdi a conta de quantas vezes li esse tipo de bobagem na internet.
Recentemente vi alguém falando algo desse tipo sobre os manuscritos de Nag Hammadi.
Mas enfim, para quem não sabe, ai vai a explicação.
Os manuscritos de Nag Hammadi foram descobertos em 1945 por 2 camponeses egípcios. Com exceção do codex I, que foi comercializado no mercado negro de antiguidades, tendo sido vendido à fundação Jung, o restante dos códices foi parar no Museu copta do Cairo ainda na década de 40. O primeiro codex chegou em 1946 e foi examinado pelo diretor do museu, Togo Mina e Jean Doresse. Em 1949, o governo egípcio expropriou os demais códices que estavam em território egípcio, entregando-os ao Museu Copta. O codex I, depois de publicado, voltou para o Egito e também se encontra no Museu Copta.
Em 1949, com a morte de Togo Mina, os manuscritos foram guardados numa mala onde ficaram até 1956, pois ninguém se interessou por eles. É preciso lembrar, porém, que esse foi um período conturbado da história do Egito; em 1947, o país enfrentou Israel em uma guerra; em 1952, passou por uma revolução que durou até o ano de 1954, com a abdicação do rei Faruk, e a proclamação da Republica Egípcia; a ainda, em 1956, o pais enfrentou Israel em uma nova guerra. Todos estes eventos retardaram de certa forma a publicação dos textos.
O fato é que os manuscritos de Nag Hammadi nunca estiveram em poder do Vaticano nem de nenhuma autoridade eclesiástica; estão no Museu Copta do Cairo até hoje, para quem quiser ver; eu mesmo os vi com meus próprios olhos no final de outubro de 2007.
Quem quiser ler mais pode ler o artigo de James Robinson “From the Cliff to Cairo”, ou então, um artigo que escrevi para revista Oracula:
http://www.oracula.com.br/numeros/022006/artigos/Artigo%20-%20Julio%20Cesar%20Dias%20Chaves.pdf
Parece que virou moda, principalmente depois do Código da Vinci, dizer que o Vaticano esconde manuscritos “apócrifos” antigos que revelariam a verdade sobre Jesus e que, consequentemente, acabariam com o domínio da Igreja. Já perdi a conta de quantas vezes li esse tipo de bobagem na internet.
Recentemente vi alguém falando algo desse tipo sobre os manuscritos de Nag Hammadi.
Mas enfim, para quem não sabe, ai vai a explicação.
Os manuscritos de Nag Hammadi foram descobertos em 1945 por 2 camponeses egípcios. Com exceção do codex I, que foi comercializado no mercado negro de antiguidades, tendo sido vendido à fundação Jung, o restante dos códices foi parar no Museu copta do Cairo ainda na década de 40. O primeiro codex chegou em 1946 e foi examinado pelo diretor do museu, Togo Mina e Jean Doresse. Em 1949, o governo egípcio expropriou os demais códices que estavam em território egípcio, entregando-os ao Museu Copta. O codex I, depois de publicado, voltou para o Egito e também se encontra no Museu Copta.
Em 1949, com a morte de Togo Mina, os manuscritos foram guardados numa mala onde ficaram até 1956, pois ninguém se interessou por eles. É preciso lembrar, porém, que esse foi um período conturbado da história do Egito; em 1947, o país enfrentou Israel em uma guerra; em 1952, passou por uma revolução que durou até o ano de 1954, com a abdicação do rei Faruk, e a proclamação da Republica Egípcia; a ainda, em 1956, o pais enfrentou Israel em uma nova guerra. Todos estes eventos retardaram de certa forma a publicação dos textos.
O fato é que os manuscritos de Nag Hammadi nunca estiveram em poder do Vaticano nem de nenhuma autoridade eclesiástica; estão no Museu Copta do Cairo até hoje, para quem quiser ver; eu mesmo os vi com meus próprios olhos no final de outubro de 2007.
Quem quiser ler mais pode ler o artigo de James Robinson “From the Cliff to Cairo”, ou então, um artigo que escrevi para revista Oracula:
http://www.oracula.com.br/numeros/022006/artigos/Artigo%20-%20Julio%20Cesar%20Dias%20Chaves.pdf
E na foto lá em cima, estamos o Renné, eu e o Michael observando o folio 23 do codex V de Nag Hammadi. Adivinhem onde? Não, não estávamos no Vaticano, estávamos no Museu copta do Cairo....
3 comentários:
Este post foi mto pertinente, principalmente para esclarecer algumas dúvidas bem freqüentes. Não que as pessoas tenham más intenções,ou sejam ignorantes,mas é importante poder mostrar que existem fontes acessíveis sobre esses assuntos, e que não há porque se 'escandalizar' com comentários polêmicos e sem fundamento que surgem a todo momento.
Nossa, que blog interessante! Muito bom conhecer seu trabalho Julio!
É sempre bom saber de coisas diferentes e legais como essas!
Vanessa L. Q.
Julio,Parabêns pelo seu trabalho.Também já li seu artigo,no Oracula,sobre a História da Descoberta da Biblioteca de Nag Hammadi.Esclarecedora. Sou mestrando em História,na Universidade Católica de Goiás,aqui no Brasil,sob a Pesquisa de dissertação "Relações de Poder no PaleoCristianismo e Suas Representações na Biblioteca Copta Gnóstica de Nag Hammadi". Fui aluno,e hoje sou amigo,do prof.Luiz Felipe,doutorado no Canadá. Gostaria de saber se você teria interesse de me ajudar no que diz respeito à mencionada Biblioteca de Nag Hammadi,uma vez que demonstra ter acesso e conhecimentos especializados a esses escritos e seus estudos contemporâneos.
Obrigado.
Prof.Izidro@gmail.com
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