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Ícone copta representando São José e o Menino Jesus. |
Como a Tradição Latina comemora a memória de São José, o pai adotivo de Jesus, no dia 19 de março, resolvi escrever um pouco sobre o apócrifo conhecido como A História de José, o carpinteiro.
O texto é muito provavelmente uma composição tardia, nada indica que seja anterior ao séc. V; existem duas versões do texto, até onde sei, uma em copta e outra em árabe. Aliás, o texto foi composto no Egito. Como se trata de uma composição deveras tardia, não se pode atribuir-lhe nenhum rigor histórico. Mas o texto é interessante por demonstrar o caráter arcaico de algumas crenças e devoções dos cristãos antigos. A mais notável é provavelmente a própria devoção a São José. Se alguém se deu ao trabalho de compor uma obra literária colocando José em evidência, como personagem e exemplo, é porque o considerava digno de tal. Assim sendo, o texto traz evidências de uma devoção a São José já nos primeiros séculos de cristianismo.
O texto é igualmente interessante por oferecer uma resposta, digamos, peculiar e alternativa para a questão dos "irmãos de Jesus", citados nos Evangelhos canônicos e em alguns apócrifos, como o Primeiro Apocalipse de Tiago de Nag Hammadi e do codex Tchacos. A resposta tradicional para a questão dos irmãos de Jesus diz que a palavra "irmãos" é usada para designar. graus de parentescos diversos, como primos, por exemplo. O Primeiro Apocalipse de Tiago oferece uma outra resposta, sugerindo que a fraternidade é meramente espiritual, como sugere a passagem na qual Jesus diz para Tiago que "eu te chamei de irmão, mas não es meu irmão segundo a carne".
O texto é igualmente interessante por oferecer uma resposta, digamos, peculiar e alternativa para a questão dos "irmãos de Jesus", citados nos Evangelhos canônicos e em alguns apócrifos, como o Primeiro Apocalipse de Tiago de Nag Hammadi e do codex Tchacos. A resposta tradicional para a questão dos irmãos de Jesus diz que a palavra "irmãos" é usada para designar. graus de parentescos diversos, como primos, por exemplo. O Primeiro Apocalipse de Tiago oferece uma outra resposta, sugerindo que a fraternidade é meramente espiritual, como sugere a passagem na qual Jesus diz para Tiago que "eu te chamei de irmão, mas não es meu irmão segundo a carne".
A História de José, o carpinteiro conta que José era já um ancião, 90 anos, quando recebeu a missão de ser o responsável por Maria. José seria viúvo, e teria tido em seu primeiro casamento 4 filhos (Judas, Justus, Tiago e Simão) e duas filhas (Assia e Lídia). Seriam exatamente esses os "irmãos de Jesus" aos quais fazem referência os Evangelhos canônicos e outros textos antigos. O texto enfatiza, portanto, a virgindade perpétua de Maria, e utiliza materiais provindos, muito provavelmente, do Proto-evangelho de Tiago.
O texto também fala de modo extenso da morte de José, dizendo que ele viveu milagosamente até a idade de 111 anos, ao estilo dos patriarcas do Antigo Testamento, poder-se-ia dizer.
Talvez a História de José, o carpinteiro seja um dos responsáveis pela origem da tradição iconográfica que procura retratar José como um ancião, em contraste com a juventude da Virgem; uma maneira de colocar em evidência, de maneira piedosa, a virgindade perpétua da própria Maria e a castidade fiel do próprio José.
Em 2011, meu amigo Alin escreveu um post sobe novos fragmentos do texto em questão em seu blog.
Em 2011, meu amigo Alin escreveu um post sobe novos fragmentos do texto em questão em seu blog.
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