Nas últimas semanas, algumas notícias sobre a descoberta de novos fragmentos do Novo Testamento têm circulado na internet. Tenho acompanhado a discussão por meio da página do software Bibleworks no facebook. Alguns sites, como o Center for the Study of New Testament Manuscripts também têm abordado o assunto.
Segundo as notícias, sete novos papiros do Novo Testamento teriam sido descobertos, segundo análises paleográficas, seis deles datariam do séc. II e um do séc. I. O papiro do séc. I conteria uma passagem do Evangelho de Marcos.
Se a notícia se confirmar, seria uma descoberta e tanto. Esse seria o mais antigo fragmento do Novo Testamento conhecido, já que até então, o mais antigo é o Papiro Ryland P52, que contém um fragmento do Evangelho de João do início do séc. II.
No entanto, é sempre bom ter um pouco de prudência em relação a esse tipo de notícia, ainda mais se levarmos em conta alguns dos estudiosos envolvidos na divulgação; alguns deles dedicaram mais tempo nos últimos anos a polêmicas do que a trabalhos acadêmicos.
Além do mais, vale lembrar que estamos nos aproximando da Páscoa, e a imprensa adora divulgar esse tipo de notícia nessa época, quando as pessoas estão mais suscetíveis a assuntos religiosos. É só lembrar do Evangelho de Judas, publicado na Semana Santa de 2006, ou o caso esdrúxulo do "Túmulo de Jesus", divulgado pelo Discovery Chanel no mesmo período do ano seguinte.
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