terça-feira, 20 de julho de 2010

A Sagrada Família no Egito


Mosaico da Fuga da Sagrada Família para o Egito localizado na chamada "Hanging Church", construida em meados do séc. IV e onde, segundo a tradição copta, existia um poço no qual São José pegava água.


Entrada do beco que leva à cripta onde, segundo a tradição copta, a Sagrada Família morou durante sua estadia no Egito. O beco leva à majestosa Igreja de São Sérgio e à Igreja de Santa Bárbara e ainda à Sinagoga antiga do Cairo


Segundo o Evangelho de Mateus 2, 13-21, José, avisado em sonho sobre as inteções de Herodes, fugiu para o Egito com Maria e o Menino Jesus. Se uma família judaica quisesse sair da Palestina no séc. I e ir para um lugar onde pudesse se sentir em casa, estando rodeado de muitos judeus, esse lugar era sem dúvida o Egito, principalmente Alexandria.
Os cristãos coptas, ou seja, os cristãos egípcios, sentem um orgulho imenso, desde a antiguidade, pelo fato de a Sagrada Família ter, segundo o Relato evangélico de Mateus, morado em seu país. É claro que na época em que a Sagrada Família esteve no Egito, considerando a historicidade do relato de Mateus, tal país estava longe de ser cristão - afinal, o cristianismo nem existia ainda - ou mesmo majoritariamente judeu. Portanto, estes dois lugares que aparecem nas fotos, provavelmente passaram a ser locais de culto e peregrinação somente a partir da época em que o Egito tornou-se efetivamente cristão, ou seja, por volta do fim do séc. III ou início do séc. IV. Não se pode nem garantir que a Sagrada Família esteve de fato nesses lugares em específico. Mas ao menos segundo a tradição copta, este foi o lar da Sagrada Família durante sua estadia no Egito. 
Mas procedamos ao comentário das fotos em específico:
A primeira foto é de um mosaico da fuga para o Egito localizado chamada "Hanging Church", construida em meados do séc. IV, no local onde segundo a tradição copta havia um poço no qual São José pegava água. A Igreja tem vários mosaicos, a maioria com o tema da Sagrada Família. Na parte de dentro é possível ver vários ícones antigos e altares para a celebração da Missa da Igreja Ortodoxa Copta - eu achei particularmente interessante o fato de todas as Igrejas coptas que vi terem ao menos um altar dedicado à Maria. A Igreja, localizada no bairro copta, no centro do Velho Cairo, fica bem próxima do Museu Copta, onde os manuscritos de Nag Hammadi e outras preciosidades do cristianismo egípcio estão cuidadosamente guardados. 
Na segunda foto, pode-se ver a entrada do beco que leva à cripta onde a Sagrada Família teria morado. Em cima da cripta, foi construida a Igreja de São Sérgio. O beco leva ainda à Igreja de Santa Bárbara e à Sinagoga do Cairo, que existe desde a antiguidade. Ao longo do beco, ficam espalhados dezenas de camelôs vendendo ícones religiosos e outros souvenirs. A sintaxe da frase escrita na entrada do beco ficou meio estranha, mas acho que todos conseguem entender, não?
Em tempo, ambas as fotos foram tiradas por mim em 2007, na ocasião da minha viagem ao Egito. Nunca estive em Roma ou na Palestina, mas posso dizer que já pisei no mesmo chão que a Sagrada Família.   

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mais uma foto no Museu copta do Cairo

Em 2008, logo depois da inauguração deste blog, postei uma foto na qual eu estava com alguns colegas dando uma olhadinha num folio do Codex V de Nag Hammadi. A foto havia sido tirada em outubro de 2007, quando fui ao Cairo para participar do Nordic Nag Hammadi and Gnosticism Network. Na ocasião, os participantes do NNHGN, guiados pelos porfessores Einar Thomassen e John Turner, tiveram a oportunidade de visitar o Museu copta do Cairo, e, melhor ainda, ver de perto os manuscritos de Nag Hammadi lá guardados. Como eramos um grupo de estudiosos, nos foi permitido ver, além das folhas e páginas que estavam expostas no Museu, outras páginas e folhas que ficam guardadas. Só não podiamos entrar com maquinas fotográficas no Museu. Enfim, a direção do Museu não falou nada sobre celulares....
Os nórdicos também sabem ser malandros.
Eu não sabia que essa nova foto que estou postando tinha sido tirada. Eu não tinha celular para tirar foto dentro do Museu, então, fui pedindo ao pessoal que tirasse fotos de mim com o folio 25 do Codex V. Várias pessoas tiraram fotos, mas até pouco tempo, só uma dessas fotos me tinha sido enviada (a do post de 2008).
Recentemente, o colega americano Timothy Sailors postou essa outra foto no facebook. Eis, então, outra foto desse momento emocionante da minha vida acadêmica! A qualidade evidencia que ela foi tirada de celular.  
Da esquerda para direita: Julio Cesar Dias Chaves, Outi Lehtipuu, Michael Kaler e Timothy Sailors.
O folio 25 do Codex V é particularmente interessante para o meu trabalho; ele contém o fim do Apocalipse de Paulo e o início do 1 Apocalipse de Tiago. É perfeitamente possível perceber que o título final do 1ApcTiago foi escrito em letras menores que o restante do codex, evidenciando, assim, intervenção do escriba. O Michael Kaler, antigo colega aqui da Université Laval e que também está na foto, é hoje o maior especialista do mundo no Apocalipse de Paulo e por isso também demonstrou bastante interesse em ver esse folio em específico.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Enquete

Estava aqui hoje dando uma olhada nas configurações do blog e descobri que o google disponibilizou uma nova ferramenta; posso realizar enquetes no blog agora. 
A primeira enquete já está on line.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

De volta. Contrariado, mas de volta...

Enfim, com o fiasco da Seleção na Copa, estou voltando a postar no blog mais cedo do que queria e esperava. Eu sei que a Copa ainda não acabou, e com certeza vou ver as semi-finais e a final, mas com menos empolgação, é claro.
Para retomar as atividades, estou postando aqui o link de um artigo meu que foi publicado agora no mês de junho, no primeiro número Itálicoda Revista Ars Historica, do programa de Pós-graduação em história social da UFRJ. Eis o link: