Depois de algum tempo sem postar nada estou de volta (ausência bem justificada, afinal, minha filha nasceu)
Há algumas semanas dei uma palestra sobre versões antigas da Bíblia; aproveito então o embalo para postar aqui algumas considerações sobre o assunto. Começaremos falando dos Targumim.
Targumin, plural de Targum, é o nome dado às versões aramaicas das Escrituras judaicas (o Antigo Testamento para nós cristãos). A partir da época do exílio na Babilônia (séc. IV a.C.), o aramaico começou a substituir o hebraico como língua falada pelos judeus. Tendo em vista tal situação, foi surgindo gradualmente a necessidade de se dispor das Escrituras judaicas em aramaico. Os primeiros Targumim eram versões orais e se tratavam mais de paráfrases do texto sagrado do que traduções propriamente ditas e eram utilizadas nas sinagogas. Com o passar do tempo, os Targumim, conservando o caráter de paráfrase, passaram a figurar também por escrito e a ser utilizados fora das sinagogas. A existência de Targumim na época de Jesus é bem atestada. Eu diria, inclusive, que, possivelmente, Jesus utilizava-se de Targumin quando citava as Escrituras, visto que, se o fizesse em hebraico, ninguém o entenderia, a não ser os sacerdotes, pois o hebraico já não era mais falado na sua época
Sabe-se hoje que existiram Targumim do Pentateuco, dos Profetas e dos Escritos. Há três versões principais dos Targumim, o Ônkelos (usado na Babilônia), o de Jônatas (Jerusalém) e o Yerûshalmî (Galiléia).